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"The Last Angel" (David M. Bowers, 2009) |
E as palavras mudas assim conservaram-se
E os lábios cuspiram o que realmente sentem
E cada abraço apenas se perdeu em solidão
Há tanto se foi o dia do enterro,
Remete a lembrança, fatiga no peito
Tantas foram as noites bebendo na fonte do erro
Que agora, só agora, é possível sentir
A morta esperança tragada contígua!
Oh devaneios, por que me possuem?
A febre retornou e delirou em meus braços
Por que me obrigas a alçar vôo
Por sobre fúnebre mundo?
Ah, para avistar a libélula! É ela! É ela!
O cálice para cura da existência,
Fazendo de meu sonho algo eterno...
Sim, outrora jaz!
Grande foi a quimera que me trouxe:
Ao Amor, um clamor sufocado,
Ao coração, mortalidade em sono profundo...
Mas no pulsar de desejos, a negação prevalecerá
Cada fibra sempre negará seus infindos impulsos
A vida seguirá seu caminho ausente de mágoas
Por entre todas as estações do ano
A natureza vai nascer vai crescer e serão
Meus os frutos por mim alcançados
E tudo que permanece enterrado pelo tempo
Não romperá o chão das memórias, afora o que ainda tem vida...